Saturday, May 12, 2007

Um dia comigo

Acompanhado pel'Avenida Paulista do João Pereira Coutinho, encontrei-me com as areias que, refasteladamente, reclamavam o seu lugar em Oeiras. Oeiras é mítica, onde na estrada há frio e nuvens, na praia há calor e sol. Assim passou a manhã e forrei o meu paladar com uma bela salada mediterrânica, de legumes, pesto e queijo de cabra gratinados, acompanhado de um belo sumo de morango e menta.
A tarde ainda foi contemplada com uma boa caminhada, com uma soneca na praia, alguns apontamentos para a minha H.E. e a leitura de William J. Talbott com 'Which Rights Should Be
Universal?'. Fica aqui um pequeno trecho:
It is a wonder to see how, when a man greatly desires
something and strongly attaches himself to it in his imagination,
he has the impression at every moment that whatever he hears
and sees argues in favor of that thing.
Bartolome´ de Las Casas
Tive ainda o prazer de descobrir que a minha recém comprada carteira, tinha um iman que me desmagenetizou todos os cartões. Mas, isso não é problema e vou agora mesmo refastelar-me a ver 'Vojna' de Aleksei Balabanov, dizendo, às questões que talvez tenha 'passem um bom dia'.

Princípios de gravidade

Sulcando os traços, bem conhecidos, da pele curtida pelas agruras da vida vivida, era tempo de mais um compasso e, salgada, a lágrima quedava-se nos principios da gravidade. Deixou o seu traço contínuo, um carinho não confirmado pela paisagem que percorria. Chegava, agora, aos primeiros pêlos da barba desfeita e findo um tempo que considerou aprazível, saltou.
Era livre, agora e para sempre.

A nova ilustraçao portuguesa

Da gosto ver os novos ilustradores portugueses, cada vez mais criativos, com reconhecimento nacional e internacional. E ilustraçao tambem se representa no feminino - Carla Nazareth, que ilustrou a "lenda da sopa da pedra" da colecçao do Expresso.
Vale a pena ver os seus trabalhos...

Mario Eloy, no expressionismo portugues

Ha quem diga que o verdadeiro artista bebe a sua criatividade do caldeirao da loucura, que a linha imaginaria que o separa da insanidade e´ tao tenue quanto proporcionalmente inversa a sua originalidade. Conhecemos um exemplo, a quem alguns chamam o Van Gogh portugues - Mario Eloy. Sempre que vou ao Museu do Chiado, o meu preferido, a cada passagem, vejo mais um pormenor, compreendo mais um cromatismo, mais uma perspectiva, reconheço o absoluto da criatividade do estilo e da obra. Artista inconformado, anti-social, insatisfeito da sua propria criaçao humana, partiu para completar os estudos em arte, em Paris, e, posteriormente, em Berlim.
Regressou ao Portugal dos cafes tertulia em1936, no entanto, a sua obra torna-se errante e insegura, assim como a sua personalidade. Em 1945 foi internado no Telhal e, seis anos depois, deixou a limitaçao e partiu para o Olimpo dos grandes.

A poem for farewell

If tasting paradises were for man,
than for what paradise would stand?
If taking a little in the taste of the lips
Where would my dreams sleeps?
Oh heavenly dust of star
Why is my heart so far?
So, the wise man leaves with a touch,
Saying farewell for what he desires so much.
Be still, words, be silent, heart
The courtin is closed and the lights apart.

Friday, May 11, 2007

A questão do tabaco

E o Miguel Sousa Tavares volta à ribalta pela causa dos fumadores.
Estava Miguel Sousa Tavares na TVI a comentar a nova Lei do Tabaco quando da sua boca saltou esta pérola: o fumo nos restaurantes, que o Governo quer limitar, incomoda muitíssimo menos do que o barulho das crianças - e a estas não há quem lhes corte o pio.

Eu até gosto dele, até tenho consideração pela sua escrita, pelo diálogo, pela genialidade dos discursos mas...
  1. Acho que ninguém gosta de estar num local onde cheira mal e o tabaco cheira mal (talvez menos para quem esteja habituado mas o mesmo se aplica a quem seja porqueiro e esteja habituado ao cheiro dos porcos)
  2. Que bem que sabe estar de banhinho tomado e bem cheiroso e levar com o fuminho harmonioso do cigarro e ficar assim a cheirar todo o dia
  3. Os fumadores têm direito a fumar mas a liberdade de um começa onde a liberdade de outro acaba e para não haver uma guerra civil, gerimos com bom senso. O bom senso dita que não devemos "incomodar" ou "prejudicar" os outros, em modos de boa educação. O fumo, o cheiro incomodam e bastante.
  4. Pela questão da saúde - nunca fumei e durante um tempo estava com uma tosse que não despegava. Fui à médica e ela pergunta-me, "quantos maços fuma por dia?". Acho que por aqui dá para dizer qualquer coisa.

E com certeza que há mais razões para os fumadores começarem a ter respeito por aqueles que se querem manter longe do nefasto inevitável. Por isso, se um fumador luta pelo seu direito de fumar onde quiser, porque não pode um limpa-chaminés andar de transportes públicos durante o dia? Ou porque não pode um aluno de química lançar continuamente bombinhas de mau cheiro? Prejudicar, prejudicam mas, porque é que uns têm que se resignar aos ditames da sociedade e outros fazem voz activa do seu egoismo?

Ler o Artigo no DN...
P.s.: continuo a gostar muito dos meus amigos que fumam, tanto porque têm consideração por aqueles que não fumam.

Uma virgula

Uma, Virgula, muito, intrometida, que, se, intrometia, em, tudo, que, via, até, um, dia, lhe, deram, um, fim; Mas, do, fim, fez, principio, e, saltava, esquivava, e, em, cada, espaço, novamente, se, intrometia, e, nisto, era, primavera, chegaram, os, calores, despontaram, as, vontades, e, por, chamamento, da, natureza, foi, buscar, um, ponto, para, si;

Thursday, May 10, 2007

Parte primeira

Passavam-se três horas da tarde e ainda não era tarde. Não tinha havido manhã, apenas a continuação de uma noite prolongada de insónia ou, antes dizendo, de uma noite diurna.
O café trazia o gosto amargo de um romance de cordel, daqueles que todos conhecem o fim mas, que o coração vazio e fantasioso tanto anseia.
Passavam-se três horas e cinco minutos da tarde e começava já a ser tarde numa longa noite diurna.

Wednesday, May 09, 2007

I... reverente

Jazz irreverente, cantora irreverente. Fruto da teen fever dos 2000, parece estar além do seu chamamento de atenção publicitario. A musica e fabulosa e a que toca no momento e "Rehab" (they're trying to make me go to rehab and I said No, No, No). Uma forte candidata a voz de Janis Joplin, de um novo século.

Futurismo, criação além do criador

Quedavam-se os dezassete anos e, no âmbito de história da arte, fizemos uma "performance". Era o novo contra o velho, era a ruptura, era o futurismo de Santa-Rita Pintor, Almada e outros que tais. Foi a parede pintada, também ao gosto futurista, e no vale interior do pavilhão, executamos a dança de uma peça teatral - LX90. Finda a actuação, todos em unissono, parafraseamos o Almada Negreiros... "Temos fome, filhos da p... Temos fome!". Escândalo.
Escândalo dos pais (até daqueles ausentes), escândalo dos professores até ditos progressistas, escândalo maior do conselho directivo, ao qual passamos a mensagem.
Foi um bom tempo...
O futurismo é um movimento que vive por si, que mata aqueles que nele estão e revive nos próximos que nele entram. Recicla-se e estará sempre presente. É o novo contra o velho, é o inconformismo contra as quatro paredes. Quando Marinetti o "criou" (ou melhor, o expressou), já sabia que contra si se iria virar e é esta a liberdade de criar - deixar a sua criação viver além das limitações do criador.

Tuesday, May 08, 2007

A marcha

Foram marchar pela liberalização das drogas leves.
Tinha quinze anos quando, pela primeira vez, tomei contacto com a realidade das drogas leves. Nunca experimentei, nem nunca tive qualquer interesse em experimentar, aliás, como praticava yoga na altura, até costumava dizer que atingia os mesmo "efeitos" com meditação (o que não deixa de ser verdade).
Vi muito boa gente ficar para trás, vi casos graves e bastante graves e nem por um só momento achei e continuo a achar que tem o mesmo grau de risco de um cafe ou de um cigarro. E o que ainda me lixa hoje em dia é que a pessoa que andava a estimular o consumo apesar de ter perdido toda a inteligência, ainda guardava um pouco para não passar da marijuana, caso que não aconteceu com os outros influenciados que conheci.
Liberalizar para quê? Razões médicas? Com certeza, mas creio que não é preciso fumar e tal deve ser feito por entidades competentes, reguladas e não por um qualquer manhoso no seu vão de escada.
O que está por detrás do cultivo da Cannabis?
A exploração e, por vezes, coacção dos povos pobres, que ganham mais a plantar cannabis, ópio, etc, que a plantar milho ou trigo.
Quem patrocina isso?
Quem consome. A riqueza de uns é a pobreza de outros.
Pelo menos um caso que conheço bem, agradeceria por nunca ter experimentado.

Mais sobre os efeitos das "drogas leves"

A melody in night, with you

No sábado ouvi um programa na Antena 1, sobre a Patrícia Reis. Entre outras coisas chamou-me a atenção para Keith Jarrett, de quem sou "fã invertebrado". Tratava-se do album "A melody in night, with you". Eu, que depois do "Köln Concert" achei que nada mais ouviria de tão bom, fiquei surpreendido e maravilhado. O que acho de grande em Keith Jarrett, é que é um intérprete fabuloso (em obras de Arvo Pärt e Bach) e um compositor eclético e criativo. Tanto tem de insanidade improvisadora como de melodia nutritiva.
Escusado será dizer que ele é editado pela ECM.
Mais sobre Keith Jarrett
E um artigo sobre a sua actuação em 1981 em Portugal onde saiu do palco, durante 1 hora, por estarem a tossir :)

Sunday, May 06, 2007

The importance of being... Guppy

What makes a Guppy good? A Guppy himself...