Saturday, March 24, 2007

Darfur

Há coisas que me fazem vir ao de cima a mais profunda tristeza e "incompreensão", uma dessas é a crise que se vive no Darfur, Sudão.
Para resumir, trata-se de um conflito interno entre muçulmanos radicais e moderados, entre "árabes" e "africanos". O Darfur é apenas um exemplo, infelizmente há centenas de outros que minam a nossa humanidade.
No fim de contas, não sei quando parará o primitivismo do homem. Andamos cá há milhões de anos, já conseguimos sair do planeta para passeios à Lua e fotos a Júpiter mas, algo tão básico como a capacidade de viver em paz com o semelhante, parece estar ainda a outros tantos milhões de anos de distância.
Acredito que temos todo o potencial para vivermos em pleno, só não sei se nos daremos a essa oportunidade. Cada vez mais tenho a certeza que nos dedicamos às questões erradas, que preferimos ver a periferia ou as consequências de um problema ao invés de enfrentarmos a sua origem. Gostava de ainda nesta vida vêr a ONU, a CE, um país qualquer, um dirigente qualquer, pegar nas questões e resolvê-las, sem lobby, sem vantagens financeiras ou políticas, resolver porque se é humano e se tem o PODER para o fazer.
Sobre o Darfur, mais aqui...

Allgarve, All o quê?

Esta campanha é no mínimo imbecil! Visto estarmos numa altura de revivalismos, com certeza querem ressuscitar o Algarve dos tempos em que ser português lá era ofensa. Ainda me lembro dos longos tempos à porta dos restaurantes à espera de lugar enquanto os estrangeiros passavam à frente, também me lembro do desprezo do hoteleiros e pessoal de serviço quando percebiam que afinal eu era um aborígene.
Ao senhor que se lembrou deste brilhantismo, faça um favor a todos e vá para um lugar onde a imbecilidade não nos afecte.

A profecia Celestina

Não é uma produção altamente hollywoodesca (mas aparece o Joaquim Almeida), não é prodigioso em efeitos especiais mas, tem o essencial para passar a mensagem. É filme muito agradável para quem conhece o tema (directo ou indirecto) e é um início interessante para quem quer descobrir mais. Levanta a ponta do véu, dá exercícios e conselhos...

Friday, March 23, 2007

Mark Ryden

No novo mundo da ilustração de Mark Ryden, persiste o simbolismo, a qualidade da técnica, a perspectiva original e criativa da realidade interior e exterior. Vale a pena ver a galeria aqui

Shoenstatt

Em Belém, na Praça de Damão nº 7, dentro do espaço de uma vivenda, está um santuário, o de Nossa Senhora de Schoenstatt. No pequeno santuário, com meia duzia de bancos, encontra-se algo de muito especial, que não tem descrição, que deve ser experimentado ao invés de lido.
Só como nota, Schoenstatt significa Belo Lugar e é o lugar de uma pequena cidade alemã onde o padre Joseph Kentenich, no século passado, criou o movimento.


Igor Siwanowicz - natureza em foco

As fotos de Igor Siwanowicz, aqui...

Ryan vs Dorkman 2

Não dá para acreditar o que "amadores" conseguem fazer, está absolutamente genial e para os fãs "Star Wars" é um must.

Thursday, March 22, 2007

Ao fim da tarde

Ao fim da tarde, que encanto. Os jerónimos, despido de turistas, com a luz fabulosa do início de primavera. Sabe bem poder respirar, olhar cada pormenor... estar.
É bom poder usufruir da beleza do espaço, do silêncio nos pensamentos, é bom poder rezar onde for e sentir que se está bem. Os jerónimos não são passado mas sim presente, a conservar.

Senhor Vasco

Nos tempos em que só havia um canal, tinhamos um programa do Sr. Vasco Granja, digo Sr. porque ele era e é um Senhor. Para muitos era uma seca mortífera ter somente aquele tipo de animação para ver mas, para mim, fez-me toda a diferença e ainda hoje popula a minha imaginação muitas das curtas-metragens checas.
Por isso, um muito obrigado por uma infância que não foi só Tom & Jerry (que depois o programa foi obrigado a passar).

Még kér a nép - "o povo ainda pergunta"

No século XIX, agricultores do sudoeste húngaro, rebelaram-se contra a opressão "feudal". É um filme que desvela as questões da moralidade e explora a natureza da revolta, usando a imagem simbólica, em particular a cor vermelha. Um filme de Miklos Jancso.
E de leste, tudo de novo, criativo e humano. Felizmente fui um "traumatizado" pela influência da cultura de leste do Vasco Granja.

Wednesday, March 21, 2007

Transcendência

Ultrapassar os limites, por si só, não basta.
Viver, por si só, não basta.
Resta, num momento, trazer o imanente para aqui, agora, além do espaço, do tempo... Além das palavras e do ruido, além das doenças e da alegria.
Trancender, é intimo, não se dá, pouco se ensina mas muito se vive, nem que seja por um segundo. Longe de todas as perspectivas e opiniões, aqueles que nos rodeiam podem ter em si a imanência de um transcendente.
Como viver além da trancendência?

Primavera


É dia de primavera, ainda bem, precisava de sair deste inverno do "nosso" descontentamento.

"houses" e "mourinhos" os patéticos venerados


Confesso, não aguento o dr. House, a constante arrogância, o cinismo e sarcasmo tornam este personagem em algo de completamente intratável (valhe-me apenas Lisa Edelstein). Aliás, a questão não é só com a personagem mas com todos os seres viventes que gostam de não só representar mas assumir esta postura e eles singram por aí, basta ver como o dito "mourinho" faz apanágio da sua "personalidade" e como agora todos os outros o imitam (pateticamente).
Para mim este tipo de posturas tem um profundo desagrado e resta escolher entre o sucesso profissional e o sucesso de valores.Como disseram ontem na série, "if you treat somebody like garbage, people will start to treat you like garbage also, so everytime you took your coffee be sure to check if someone didn't spit on it". Só para dizer que ele enfiou um termómetro no traseiro de quem o disse e foi-se embora. A vingança foi servida a frio, o paciente era polícia, apanhou-o a conduzir em excesso de velocidade, com medicamentos sem prescrição e levou-o para a esquadra.

Dia da poesia



E hoje é dia da poesia e espero mesmo que ela esteja por aí, porque vida só em prosa é como sol sem mar. E ficam algumas palavras de Alexandre O'Neil:



Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Tuesday, March 20, 2007

De mim



Pois a vida passa, na indubitável certeza de que realmente passará. Posso ir buscar mil chavões que de certeza se encaixarão na singularidade de um pensamento ou posso pensar e adubar o silêncio do que é viver.
Nem as palavras que dou me pertencem, nem sequer as dou, apenas transcrevo o que em surdina ouço, numa voz que como vento me assola e ampara na solidão secular.
Deixo que lentamente todas as coisas desapareçam e eu, translucido ser mas ainda não fantasma, teimo em permanecer.
Ao longe o céu azul, aqui e além, num branco matizado de rosas, as nuvens que cobrem meus sonhos. Do que me resta...

A moda dos tazos

(ou, prometido é devido).
Depois de tantas voltas à procura de Tazos afinal estavam bem à minha frente na máquina de sandes. E como sem o Espirito Santo nada se faz, sairam dois pelo preço de um. Conheço alguém que vai ficar mesmo contente.

Dia do pai


Foi um bom dia! Não só para receber mas também para dar.

Monday, March 19, 2007

Shogun

Após revisitar a série, que em muitos aspectos acho excelente, ficam dois pontos em mente:
1) os jesuitas portugueses eram os maus da fita
2) muito se falou de karma e da inevitabilidade do destino de cada um.
Quanto ao ponto um, não concordo, é certo que os jesuitas ambicionaram e tiveram muita força na região asiática mas de modo algum foram essa "corja" que obliterava todos e mais alguns, incluindo padres de outras ordens, que se "atravessassem" no caminho.
No ponto dois, fico-me pelo que tycho Brahe disse - há uma força maior que a das estrelas e essa é a força da vontade.
À parte disto, é uma série excelente para ver ou rever, principalmente para os amantes do Japão feudal.

tato violeta

Numa perspectiva curiosa vejo uma flor violeta que conheço.
Começou cinzenta, escondida, rasteira ao chão para que este não fugisse, depois decidiu aprender umas "coisas esquisitas" e começou a falar em "amor que sentia no coração".
A flor passou a ser mais rozada, mais direita e viçosa mas ainda tinha os seus precalços nos intermédios em que o coração transbordava.
Agora cresceu ainda mais, ou seja, permitiu as suas raizes se solidificarem, continua humana, como todos, mas violeta, pronta para mudar e ajudar os outros a mudar.
É uma lição de vida, que tanta coisa pode mudar quando queremos.

lá vem o porco

E cá está o ano novo do calendário chinês - o PORCO!
E o raio do porco, para não variar e dizem os entendidos, vai trazer conflitos mas, ao menos, vai ser bom para a procriação (cuidado às mães de 4 filhos com propenções para engravidar com o vento).
Visto ter virado herbivoro creio que o porco não me vai cair na indigestão... mas mais vale prevenir :)

e eu


Por vezes olho tempos sem fim para uma imagem, ou para uma mancha de texto. Não penso, deixo fluir o que sinto, o que recebo, deixo o tempo passar, cada segundo numa hora. Por vezes paro, de olhos vítreos, a escutar o bater do coração, a sentir o sangue que pulsa no ritmo da sua necessidade. Cada vez mais resumo, de 20 páginas a 10, de 10 a 3 parágrafos e agora deixo-me ficar por 1, por vezes esforço-me a dois.Cada vez mais as coisas são interiores e há uma compreensão que me deixa ficar em silêncio.
(quadro - signature of love, javier lopez barbosa)

Escolhas


Os frutos são muitos, as escolhas tantas. No entanto, se comermos todos os frutos, não teremos mais. Plantar e colher são acções que devem ser feitas em tempo próprio e contemplar a árvore que se plantou e cuidou é essencial, para descobrir a beleza do que foi feito e corrigir o que deve ficar ainda mais perfeito.

(quadro "tree of life" - natash wescoat)