Tuesday, April 01, 2008

Uma questão de centro de gravidade

Novamente lido com a questão de mais alguém que parte, de forma rápida e fulminante, os vazios criam-se por vezes mais depressa que a capacidade de os preencher e tudo avança como uma onda gigantesca que não pára numa única pessoa. Olhando para os outros, mudo o meu centro de gravidade, deixo mais de ouvir o ego para escutar o outro que me fala, muitas vezes com um olhar. Do meu olhar vai também a forma de ver as coisas e do coração a forma de as sentir e tudo junto em mim, tudo o que me constitui, faz-me perguntar de que forma se podem mudar as coisas?
A resposta de filósofos desde a antiguidade parece trazer a certeza para tantas questões mas o que falta ao homem para assumir a responsabilidade de um pensamento e a concretização do mesmo?
Por muito que eu me mude, apenas eu mudar não basta, os movimentos contemporâneos do homem vão na direcção da individualidade, mesmo em colectivo não funcionam de forma sã mas dependente criando uma egrégora, um indivíduo constituido por muitos, que existe de forma destruturada e individual que apenas procura a satisfação ao seu desejo... há que admitir que o desejo presente é apenas um alimentar de ilusão e como saimos da ilusão se continuamente a alimentamos?

2 comments:

Brisa said...

Tiramos o "prato" da frente quando nos vemos obrigados a confrontar-nos com a prova final:a morte. E aí entramos em acto desesperado porque não se sabe o que fazer com a realidade. Porque preferimos viver na ilusão de que somos eternos.

João Magalhães said...

Para a mim a morte não é uma questão e conheço a eternidade interior, o que realmente me chama a atenção é o que se faz e o que se devia fazer e muito principalmente o facto de há um ano para cá estas situações serem sistemáticas. Mas hoje vou celebrar um nascimento :)