Ainda que falemos a mesma língua, ainda que conheçamos os códigos universais, ainda que os arquétipos estejam inseridos nos mesmos insconscientes, o problema de expressão continua.
Recheamos uma conversa de gestos que são mudras, códigos de expressão, de olhares que muitas vezes contrariam o que estamos a dizer, além de toda a interpretação subjectiva que fazemos até no mais racional dos diálogos. Isto porque não nos desligamos da emoção, por muito que pareça que o hemisfério direito conheceu os prazeres da lobotomia.
Por tal, num diálogo, devemos permanentemente fazer o exercício da sinceridade, expressando (até onde for possivel) a nossa verdade e tudo o que pensamos e sentimos (não caindo no erro da apologética ao coitadismo ou à conversa de razões desconexas). Não falo de frontalidade mas sim a comunhão, fazendo que entre o emissor e o receptor haja um constante sentir de participação sincera e empreendedora. Como tal, não devemos dizer "Tu isto" ou "Tu aquilo" mas sim, "Eu sinto isto" ou "Eu penso aquilo", "sobre ti, sobre mim, sobre nós". Cada um terá o seu papel e cada um fica melhor dentro da sua pele.
Ainda que falemos a mesma língua, um olhar fala sempre mais alto. No fim, os olhos são as janelas da alma e não há nada de mais sincero do que o que cá está dentro.
Sunday, June 24, 2007
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1 comment:
De acordo, quanto ao exercício de sinceridade no diálogo e nos sentimentos. Agora... estou cada vez mais convicta de que isso é praticado por muito poucos, mesmo. O que é pena.
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