Saturday, March 31, 2007

אֶסְתֵּר Esther

Estrela alva da manhã, reflexo do Eufrates, caminhando cálida nos jardins suspensos da Babilónia; Vontade escondida no teu nome, redentora ignota do povo errante. Lembra-te, ao pousares teu olhar sobre o suave cantar do Tigre, de teus filhos sefarditas.

Ben-Hur

Uma produção colossal da América dos tempos "áureos", recheada de simbolismos velados, coberta de valores. Judah Ben-Hur, um homem que não olhou a amigos ou inimigos, apenas ao que o manteve sempre recto. Todo o filme tem sempre presente a noção do "regresso", alguém há-de chegar, regressar, vir, para que as questões que ficaram por resolver se resolvam, para quem ficou perdido seja encontrado, para quem está em perigo ser salvo.
Vale a pena rever, inserindo-se na reflexão deste tempo.

Friday, March 30, 2007

Marie Antoinette

Colorido, divertido, interessante, com uma fabulosa mistura de música pop contemporânea. O final já nós sabemos mas vale a pena ver. A Sofia Copolla esteve muito bem, assim como a Kirsten Dunst.

Thursday, March 29, 2007

Em pleno Marquês de Pombal

Não dá mesmo para acreditar!!! Estamos no século XXI mas com certeza que alguém ainda deve andar perdido, ou pelo menos perdeu qualquer coisa de inteligência.
Se não soubesse ler diria que era propaganda a alguma seita satânica (sem ofensa a eles) ou um qualquer filme de classe Z sobre uma imitação rasca de Houdini. Valha-nos paciência, e a eles valha-lhes um pouco mais de inteligência.

Pré-rafaelitas, revisitar o periodo em Portugal


Sempre fui um apaixonado do periodo victoriano e, mais concretamente na arte, do movimento pré-rafaelita. Para mim, o maior "apóstolo" foi, sem dúvida, Eduard Burne-Jones. Há décadas, quando visitava o museu da Gulbenkian, parava sempre diante deste quadro. Admirava o contorno perfeito, belo e delicado das figuras, o toque do revivalismo clássico e o motivo singelo da composição. Todos os elementos apontam para a beleza ideal e perene, para a exaltação clássica helénica e sem dúvida para o sentimento nostálgico.
Um dos motivos de ter tanto "orgulho" e contentamento por termos o legado do sr. Gulbenkian, é mesmo este quadro, claro que isto é um gosto muito pessoal mas, sabe-me bem ter uma peça que adoro, mesmo perto de casa, sem ter que me deslocar ao British Museum (sabe-se lá quando isso voltaria a ser possivel).

Wednesday, March 28, 2007

Paradoxos

Polémica com fartura por causa do programa da RTP 1 sobre o Melhor Português de Sempre. O debate é essencial mas os paradoxos é que são de evitar.
A bancada de esquerda está indignada com o resultado do "concurso" e como sempre, quixotescamente, brada aos céus que foi uma lavagem da ditadura e respectivo ditador... Por favor, haja paciência.
A democracia opõe-se à ditadura mas permite a liberdade de expressão de todos os que são membros (por vontade própria ou não) da mesma. Dizer que se deve eliminar todo o traço de Salazar é o mesmo que pedir que se elimine todo o traço de comunismo. Isto porque o comunismo tem o pilar máximo da ditadura do proletariado e da luta de classes... convenhamos que não parece muito simpático.
Creio que devemos é debater porque foi gasto dinheiro público no programa, a sua forma de votação (que não coincide com outros barómetros de sondagem) e se quiserem retirar o Oliveira de S. que retirem o A. de Cunhal, isto para mantermos a coerência. E note-se que nada disto é uma apologia ao fascismo ou branqueamento de valores mas, que vale a pena pensar, vale.

Wisdom from Adversity

Resilience is not about deflecting challenges but about absorbing them and
rebounding stronger than before.

A traumatic event forces you to rethink your life and your beliefs. Since myinjury, I’ve spoken with numerous people who have gone through crises, and certain themes have repeatedly come up. Some are truisms that we’ve known since childhood, but they don’t really take root until you face a serious challenge to your identity. Below, I’ve summarized a few of the lessons I’ve learned.
You can’t know what will happen tomorrow
and it’s better that way. If we knew all the good and bad things in store for us, we would probably focus on preventing the bad. It’s far more rewarding to engage with the present.
You can’t control what happens, just how you respond.
Successful peopleare accustomed to being in control, but adversity strikes unannounced. The only way to influence the outcome is by focusing on the things you have the powerto control: the choices you make in response to life’s events.
Adversity distorts reality but crystallizes the truth.
It reinforces your fearsbut also puts an emphasis on what matters right now. Adversity also sheds lighton your beliefs: It shows you what is important to you, who your friends are,what you are capable of, and what your true goals and ambitions are.
Loss amplifies the value of what remains.
It pushes you (and may force you) to take stock of what you have, allowing you to liberate yourself from petty or irrelevant matters and celebrate your assets.
It’s easier to create new dreams than to cling to broken ones.
Adversity alters relationships and may even ruin them. It destroys some dreams and rendersothers unlikely. Certain things will be irrevocably lost, and pretendingotherwise is foolish. But adversity also provides an opportunity to houseclean –to pack old dreams away and make room for new ones.
Your happiness is more important than righting injustices.
Anger is a normal response to a traumatic event, but attempting to assign blame or seek justiceis draining and usually futile. It’s more fruitful to release the anger and moveforward with your life.

by Glenn E. Mangurian
from harvard business review march 2007

O caminho do meio

Sócrates disse que "a verdade está no caminho do meio", o meu avô muito me falou sobre o caminho do meio e eu tento, todos os dias, concretizar o caminho do meio, compreendendo a minha humanidade, vendo os pontos onde tanto falho e aqueles que me dão qualidade.
O caminho do meio não é a opção do cinzento, não é a inacção ou o silêncio, é a compreensão dos opostos que dependem unicamente das perspectivas que assumimos. É como estar acima de todas as questões, compreendendo-as numa dimensão superior ao ego e então tomar conscientemente uma escolha, sabendo que essa escolha poderá ser adaptada, mudada ou completamente substituida por outra, se assim for necessário.

Tuesday, March 27, 2007

Mário Cesariny

Na Fnac, gratuito, Mário Cesariny - Autobiografia e outros poemas de Pena Capital.
Muito acima das nuvens seja o centro
das nossas misteriosas poéticas
o irresistível anseio de viajar
um só movimento trabalhado à mão
nos ermos mais altos
mais desaparecidos

Jacques Louis David ou l'importance de vivre

Por duas vezes distintas, tive a oportunidade de visitar o Louvre. Na primeira absorvi o máximo que pude e na segunda, passados anos, dissolvi-me diante dos quadros que mais me fascinaram. Um, que retenho bastante na memória, é o quadro de Madame Recamier (no lado oposto à coroação de Napoleão).
Jacques Louis, passou pelos tempos mais marcantes do periodo neo-clássico francês - a revolução (por exemplo com o quadro da morte de Marais) e Napoleão (a coroação ou a distribuição das águias). E ele também marcou o tempo, fazendo com que o contorno das suas figuras, o detalhe dos interiores, a intensidade das texturas e cores e até a moda dos valores e representações clássicas romanas, influenciassem grandes pintores como Ingres e, inclusivé, a própria sociedade francesa.
Mas voltando à Madame Recamier, uma das mulheres mais belas do seu tempo e paixão de Chateaubriand. Este quadro nunca poderá ser admirado por uma fotografia, seja ela o mais fiel possivel porque é algo de inexplicável, não só a figura mas todo o fundo... a textura de pequenas chamas de cor, a envolvência, as intensidades. É uma prova da importância de viver, temos que ver, experimentar, sair, ter e perder, sentir, cheirar para que possamos aumentar tudo aquilo que é a nossa vida e o nosso viver. Ainda há tempo e até no último segundo será tempo.

Em cima, como em baixo

Precisamos de referências para nos situarmos, espacialmente e pessoalmente. Com isto, precisamos de sentir alguém acima e alguém abaixo, o que não quer necessariamente dizer que alguém esteja acima ou abaixo pois tudo é relativo e nunca conseguiremos ter toda a experiência de vida de outrém, ou a total análise do seu ser.
Assim, se precisamos de referências, ao menos que sejam abstractas e imanentes, que não sejam os pesos da balança social mas sim, os pesos da balança "moral". Não de moralismos mas de bases, de pilares e telhados. Onde estarei Eu, se não souber onde estou?

Hoje

Hoje apetecia-me fechar os olhos, sentir a terra fresca nas costas e as folhas que iam cobrindo o meu corpo.
Hoje apetecia-me fechar os olhos e ser adubo, fundir-me na terra e ser reciclado em mil e uma coisas.
Hoje, mais me parece Outono que Primavera.

Monday, March 26, 2007

Apocalipse do Lorvão

O Apocalipse do Lorvão foi elaborado por Egeias (Egas) em 1189, com cerca de 70 comentários ilustrados sobre a revelação (apocalise) de João. Para mim, esta é uma das magister opus do portugal românico mas ainda com influências de arte moçárabe . Na iluminura retrata-se a entrada de Jesus em Jerusalém e a adoração do cordeiro místico, muito usado na tradição artística do norte de Portugal.
Apesar de todas as iluminuras serem na base de três cores, não deixa de ser uma obra fabulosa que vale a pena ver e pesquisar.

Os portugueses de sempre

E o melhor português de todos os tempos é... Oliveida de S.
E no fim de contas, teve uma grande lição pois, para quem não gostava da democracia, ter "vencido" por votação deve ser o suficiente para dar voltas na campa.
Resta perguntar... quem votou nele? Porque votou nele? Pela piada, saudosismo, por erro a digitar o número ou será que o primeiro de Abril chegou mais cedo?
O extremismo nunca é solução e a imbecilidade muito menos. Pelo menos este programa, apesar de comercial, até teve bastantes benefícios, não só pôs as pessoas a falarem de história, como também nos vai fazer pensar no resultado.

Sunday, March 25, 2007

Gotas

As gotas caiam grossas, esparças entre o ar que cada uma ocupava e aquele onde mil outras caberiam. Eram gotas de sabor doce, tão contrárias às lágrimas salgadas do nosso desespero, eram gotas que espelhavam uma vida, desde a nuvem de onde nasceram ao vidro e terra que as acolheu. Diria que em cada uma deixei um pensamento... e parti.

DeviantART

Para quem gosta de ilustração, partilho uma das maiores comunidades do mundo. Aqui inserem -se e comentam-se os trabalhos de pequenos amadores a grandes profissionais. Vale a pena DeviantART"ar" por aqui...

The Queen

É um filme que não me parece nada de especial. Uma família real retratada na perspectiva de que são pessoas como todas as outras (por vezes pareciam uma qualquer outra família inglesa da classe média); um primeiro ministro a fazer figura de pateta, acompanhado pela sua venenosa esposa; um principe Carlos ainda mais patético e claro, a Diana, que para mim nunca foi princesa "do povo", que nunca foi ingénua mas lá que tinha uma excelente campanha de marketing, isso tinha.
O filme vale pela excelente interpretação da "rainha".