Por motivos estruturais andei a meditar sobre a verdade. De facto, a verdade não pertence a Igrejas, Partidos, Ideologias, Países, ou seja, não pertence a nada ou a ninguém, a não ser a quem a viva. Não se trata de um mero conceito, nem este pensamento é apenas mais um dito que bem fica e que algum dia se transforme em analecto.
A verdade torna-se urgente num homem, na medida que precisa de viver sem ter que olhar para os lados procurando a quem deve.
A verdade é sinónimo de vida, de ser e nada melhor que Ser verdadeiro, em primeiro para com nós próprios e depois para com os outros, para viver em plenitude. Ser verdadeiro aprende-se, é um hábito como todos os outros, ser fiel a si mesmo é lavrar em terra fértil o que tanto está abandonado.
Saturday, April 28, 2007
Life, adeus ao papel, longa vida digital
A revista Life, passou a ser publicada exclusivamente no formato digital. Esta revista, para mim, um dos icones do fotojornalismo, vê assim a sua "gradual" extinção, isto porque o digital pode continuá-la a manter presente mas não há nada como o papel na mão. Consigo admirar uma fotografia num TFT mas admiro-a mil vezes mais quando impressa. Posso ler um artigo online mas sou incapaz de ler uma revista. Mas tudo é dinâmico e nunca se sabe quando a Life poderá voltar à "vida".
Friday, April 27, 2007
Até logo, Rostropovich
Nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma. Na música, toda a grande composição é pautada de silêncios e hoje faz-se silêncio por Rostropovich. Não um silêncio pesado mas harmonioso, é apenas uma pausa à qual se seguirá toda a restante sinfonia.
Mstislav Rostropovich, violoncelista intérprete, compositor, maestro, honrou muitos compositores com o seu virtuosismo e paixão, deixou felizes os que o ouviram.
Mais sobre Rostropovich
Mstislav Rostropovich, violoncelista intérprete, compositor, maestro, honrou muitos compositores com o seu virtuosismo e paixão, deixou felizes os que o ouviram.
Mais sobre Rostropovich
Nabucco, ou da opressão
Estreada a 9 de Março de 1842 a ópera Nabucco, de Verdi, conta a história do rei Nabucodonosor e a deportação dos Judeus para a Babilónia. Esta ópera, especialmente o coro do Judeus, Va Pensiero, no Acto III, é uma inspiração à luta contra a opressão de terceiros. Quando pensamos em opressão lembramo-nos de paises conquistados, de chefes em relação a trabalhadores, de maridos a mulheres, de mulheres a maridos, de pais a filhos mas, raramente nos lembramos que por vezes somos opressores de nós próprios.
Vale a pena ouvir e sentir esta obra e vale, também, a pena reflectir sobre esta questão.
Já agora, a ópera vai estar cá em Lisboa, em Maio. Mais informação aqui...
Vale a pena ouvir e sentir esta obra e vale, também, a pena reflectir sobre esta questão.
Já agora, a ópera vai estar cá em Lisboa, em Maio. Mais informação aqui...
Wednesday, April 25, 2007
Somos livres (uma gaivota voava voava)
Uma vez por ano lembramo-nos de algo de 74. Para mim, não se trata de uma questão de filiação, de partido, de ideologia, trata-se do que é de mais valioso - a liberdade. Foram pessoas que fizeram a revolução, não conceitos abstractos. Um dia, talvez, ainda verei um parlamento que dialoga, onde a classe politica será feita de respeitáveis que respeitam e onde todos participam no exercício da cidadania. Não serão as tácticas do quadrado, as crónicas sulfúricas, os talk-shows de maquilhagem politica que farão isso, será apenas o acto de tomada de consciência.
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Letra de Ermelinda Duarte
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Letra de Ermelinda Duarte
Tuesday, April 24, 2007
Lisboa
Monday, April 23, 2007
Le Roi Danse
Finalmente vi, Le Roi Danse, uma adaptação fabulosa e muito rigorosa de quem foi Giovanni Baptista Lulli, cruzando Moliére e o Rei Sol Luis XIV, realizada por Gérard Corbiau (o mesmo de Farinelli).
Sobre o Lulli sempre tive uma péssima opinião, apesar de tudo o que fez de bom musicalmente (por exemplo, a unificação do movimento das arcadas, a criação dos 16 violons du roi ou dos 24 violons du roi, etc. etc.), no entanto como pessoa e profissional foi bastante desleal. Aniquilou toda a concorrência que tinha ao cargo na côrte, arruinou o ilustre Jean Luc Charpentier (que somente conhecemos pelo hino da Eurovisão, aquele das trompas ;) ), isolou Moliére, da música, nas Cómedie Ballet e por fim caiu pelo seu temperamento ao acertar violentamente com o bastão no pé. Sobre a questão do bastão é curioso porque as chamadas pancadinhas de Moliére não eram de Moliére mas sim de Lulli que conduzia a música nas peças de Moliére. Bem vale a pena ver, também pelo assombroso espectáculo de "Luis XIV".
Mais, aqui...
Sobre o Lulli sempre tive uma péssima opinião, apesar de tudo o que fez de bom musicalmente (por exemplo, a unificação do movimento das arcadas, a criação dos 16 violons du roi ou dos 24 violons du roi, etc. etc.), no entanto como pessoa e profissional foi bastante desleal. Aniquilou toda a concorrência que tinha ao cargo na côrte, arruinou o ilustre Jean Luc Charpentier (que somente conhecemos pelo hino da Eurovisão, aquele das trompas ;) ), isolou Moliére, da música, nas Cómedie Ballet e por fim caiu pelo seu temperamento ao acertar violentamente com o bastão no pé. Sobre a questão do bastão é curioso porque as chamadas pancadinhas de Moliére não eram de Moliére mas sim de Lulli que conduzia a música nas peças de Moliére. Bem vale a pena ver, também pelo assombroso espectáculo de "Luis XIV".
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Uma solidão gritante
Sentado, de olhos para o mar e dedos na areia, cada grão como alguém vivo que está indiferente, mudo, que vive mas não na mesma terra que ele.
Se a sua solidão se verbalizasse, seriam todas as palavras, pois nem mesmo elas chegam para preencher um mundo de transparências.
Sentado, a água fresca tocou-o, não a sentiu.
Se a sua solidão se verbalizasse, seriam todas as palavras, pois nem mesmo elas chegam para preencher um mundo de transparências.
Sentado, a água fresca tocou-o, não a sentiu.
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