A 19 de Abril de 1506, um cristão novo (judeu convertido) tentou, na igreja de São Domingos em Lisboa, explicar racionalmente um "milagre". A reacção popular foi espancá-lo até à morte. A partir daí, sob incitação dos dois frades dominicanos da igreja, começou um massacre que durou 3 dias e custou a vida a cerca de 4000 pessoas. Convém referir que dominicano vem de Domini Canis, cães de Deus (fundados por São Domingos de Gosmão) e, apesar de obedientes, nunca ficou provado que os cães reflectem as atitudes que tomam.
Assim começa mais um episódio negro da história dos Judeus, neste caso sefarditas, que culminou com a sua expulsão do território, pelas pressões da Igreja.
Com este caso podemos meditar sobre:
- A ignorância da época, que por vezes, gravemente, ainda tem os seus ecos na actualidade;
- A questão judaica, sempre um povo em diáspora, porquê (além das razões cristãs)?
- A igreja de São Domingos, cujo adro serviu para queimar judeus, teve um violento incêndio em 1958 que a destruiu por completo no interior.
Bom e tudo isto também para dizer que foi lançado o livro sobre este fatídico acontecimento, que se chama "Lisboa - 19 de Abril de 1506. O Massacre dos Judeus", de Susana Bastos Mateus e Paulo Mendes Pinto, pela Alêtheia Editores.