Saturday, March 17, 2007
Puedo Escribir
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: 'La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.'
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oir la noche inmensa, más inmnesa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guadarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.
Pablo Neruda
(This is dedicated to Jacob, Chile can always have the other side of the coin)
Areia Branca
A areia não é tão branca assim e está bem populada de canas mas, livre da sobrelotação de pessoas. Foi um reviver da infância, o mar agitado, a solicitude das areias, os cafés vazios, o tempo parado, uma ribeira que dá ao mar e separa a praia, conversas antigas de um avô já partido. Acima de tudo os olhos e alma bem cheios. A praia da areia branca - tão longe mas tão revitalizante.
Friday, March 16, 2007
O Timbre
A Cabeça do grifo - O Infante D. Henrique
Em seu trono entre o brilho das esferas,
Com seu manto de noite e solidão,
Tem aos pés o mar novo e as mortas eras -
O único imperador que tem, deveras,
O globo mundo em sua mão.
Uma Asa do Grifo - D. João o Segundo
Braços cruzados, fita lém do mar.
Parece em promontório uma alta serra -
O limite da terra a dominar
O mar que possa haver além da terra.
Seu formidável vulto solitário
Enche de estar presente o mar e o céu,
E parece tremer o mundo vário
Que ele abra os braços e lhe rasgue o véu.
A Outra Asa do Grifo - Afonso de Albuquerque
De pé, sobre os países conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte,
Tão poderoso que não quere o quanto
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
Criou-os como quem desdenha.
Land of the departed
Thursday, March 15, 2007
O fraco rei faz fraca a forte gente
D Fernando I marcou o fim da dinastia de Borgonha, como em todas as coisas, do maior se chega ao menor e do menor ao maior, assim este Rei nos serviu como Indeciso, talvez fruto de tempos conturbados - a peste negra, a guerra dos 100 anos e três guerras com espanha. Mas não foram só de coisas más o seu reino, a criação da lei das Sesmarias e a criação da Companhia das Naus foram legados importantes no Portugal legislativo.
Com a sua morte em 1383 criou-se espaço à anexação por parte de Espanha, que veio a culminar com a guerra de 1383-85 onde foi restabelecida a monarquia portuguesa, desta vez com a Dinastia de Avis.
Mas tudo isto é um ciclo, para quem se lembra da história.
Resta-nos esperar e fazer por um rei forte que faça forte a fraca gente.
transmuta/formação
Há sempre muita coisa para mudar e mais temos na medida que se olha para dentro e se interage com o exterior. Neste processo, nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma. É claro que a transformação deve ser verificada, validada e muitas vezes teremos que transmutar o que transformamos. Depende da nossa vontade, do nosso objectivo final, da capacidade de compreensão e de saber que nem sempre o nosso Ego vai ficar a ganhar. Também é bom ver os outros a ajudar nesse processo.
Em tudo se aprende
Wednesday, March 14, 2007
Arquivo cinematográfico afegão a salvo
Ontem, na 2:, passou o documentário da National Geographic - Lost treasures, hidden buddha. Relatava a história de afegãos que no percurso do regime taliban, lutaram para manter e proteger o legado cultural afegão. Houve um ponto que me chamou a atenção - o arquivo cinematográfico afegão. Muitos tesouros daquela encruzilhada da Rota da Seda existiam unicamente em filme, pois foram vendidos ou "exportados" para outros paises. Os taliban, muito zelosos da sua crença, decidiram eliminar esses filmes. Foram queimadas todas as cópias mas os originais, os negativos, foram protegidos a risco da própria vida, por aqueles que se dedicaram à manutenção das peliculas. Homens desconhecidos também fazem grandes obras e esta vale a pena ser agradecida e reconhecida.
Creio que por muito que a humanidade tenha uma tendência auto-destrutiva, haverá sempre alguém para a contrariar.
Tuesday, March 13, 2007
As tentações de Santo Antão
Óleo sobre madeira de carvalho
Proveniência: Palácio das Necessidades, 1913
Monday, March 12, 2007
Frei Carlos, no melhor da pintura portuguesa do sec. XVI
c. 1520, óleo sobre madeira 197 x 189 cm
Museu Nacional de Arte Antiga Lisboa
Frei Carlos
Monge pintor, do antigo convento do Espinheiro, junto a Évora, foi um dos maiores pintores do século XVI português, na pintura retabular.
E porquê um dos maiores pintores portugueses?
Procurei preencher a minha manhã de domingo na visita à exposição "o Brilho das Imagens", no museu de Arte Antiga. Enquanto aguardava revisitei, com uma atitude mais pausada e atenta, algumas peças do Museu. Redescobri a "Anunciação" e fixei-me, no tempo que quis, nessa contemplação.
infelizmente sempre considerei a pintura portuguese, até ao classicismo, pobre, quase uma mera imitação de fraca qualidade do que se fazia noutros paises, bem mais abastados culturalmente. Mas retiro o que sempre disse e aconselho a quem lá for, que pare um momento perante esta Obra de Arte e contemple. Permitam-se a ser como uma máquina fotográfica com o diafragma aberto ao máximo, envolvendo-se na riqueza das cores, personagens e detalhes. Melhor que ler é, sem dúvida, ir ver. E já agora visitem também "o Brilho das Imagens", que é excelente, mas cuidado, caso sejam susceptíveis ao sofrimento representativo do sec. XIV, principalmente à cruz dos místicos.