Uma vez por ano lembramo-nos de algo de 74. Para mim, não se trata de uma questão de filiação, de partido, de ideologia, trata-se do que é de mais valioso - a liberdade. Foram pessoas que fizeram a revolução, não conceitos abstractos. Um dia, talvez, ainda verei um parlamento que dialoga, onde a classe politica será feita de respeitáveis que respeitam e onde todos participam no exercício da cidadania. Não serão as tácticas do quadrado, as crónicas sulfúricas, os talk-shows de maquilhagem politica que farão isso, será apenas o acto de tomada de consciência.
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Letra de Ermelinda Duarte
Wednesday, April 25, 2007
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