Friday, October 27, 2006
Na noite
O crepúsculo baixava sobre os seus ombros, qual manto real cobrindo o mais pobre dos pobres. Os seus olhos mantinham-se parados, absortos além, na alma da figura pétrea de D. Sebastião segurando um escudo do peso da nação. O que via nesse acto nem ele mesmo sabia pois nem sabia que o estava a fazer, o Sebastião sempre lhe trouxe algo que ele nunca compreendeu bem, tentava mas não compreendia e como em muito na vida, deixava-se ir. Já as estrelas iam pontilhando o tecto celeste quando despertou da sua bela letargia, foi roçando as solas pela rua áurea abaixo, quem o visse diria que tinha em si toda a propriedade de um lunático mas a tinta de todas as canetas o reconheciam quando se aproximava. E no Terreiro do Paço a noite foi avançando.
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