Tuesday, July 31, 2007

Desencontros

No Japão começam a abandonar a tradição da gueixa oficial, na China proibem os membros do governo de terem a "segunda mulher" ou concubina. Mas nada temam, no ocidente proliferam os Poliamores.
O conceito é interessante mas, por favor, nunca o associem a amor incondicional.
Será o poliamor a solução para pessoas que não conseguem viver de 1 para 1? Ou será apenas mais uma solução "light", tão em voga, para os problemas que têm? Se alguém diz que uma relação poliamorosa impede a rotina de cair na vida familiar então isso mais me parece uma incapacidade do casal lidar com a sua relação.
A vida é feita de vários momentos, podemos fazer analogia ao mar, temos a maré baixa e a maré alta, dias de mar calmo e dias de mar agitado mas como reagimos às marés e aos temperamentos do mar é uma questão interna. Não podemos, creio, cair nos facilitismos da procura exterior, qualquer dia acabamos por precisar de tantos estímulos que o melhor é ligarmo-nos a uma máquina porque já nada nos satisfaz.
É verdade que nesta geração estamos cada vez mais "ligados" ao mundo, procuramos cada vez mais os estímulos, queremos cada vez mais o que quer que seja mas será que paramos por um momento que seja, diariamente, para reflectir sobre o porquê da nossa procura?
Para mim basta uma relação amorosa e a relação que tenho com os meus amigos, são amores diferentes e complementares que enriquecem a minha vida. Acabo, assim, por não precisar de ter mais uma mulher ou quantas forem, não preciso de Poli, preciso é de Uni. Não preciso de dispersão mas sim de integação e união. É simples fugir aos problemas e colori-los com o acetato da leviandade no entanto, todos temos livre-arbítrio, felizmente.

A foto é do filme "Woman in love" de Karen Everett.
Sobre os Poliamores na Wikipedia
e os Poliamores de Nova York
Lá que são coloridos, são.

3 comments:

S.M. said...

João, desta vez vou ter de discordar de ti,embora concordando com muitas coisas.Pessoalmente tenho alguma dificuldade em ver-me numa relação poli ( sou ciumenta, insegura,"esquisita", etc, etc), mas concebo que para algumas pessoas seja a situação ideal, em que se sintam mais confortáveis. Parece-me um tipo de relação bem mais honesta do que aquela que, tradicionalmente, vigora no nosso país (quiçá no mundo): a infidelidade. Acredito que o ser humano não foi feito para a monogamia no sentido que habitualmente lhe damos.Olha, para mim, este é um assunto que não deve ser tomado de forma leviana, merece uma relflexão e discussão. Até porque não é, seguramente, uma moda ou coisa moderna, o que acontece é que só agora começa a ser possível nomear o inomeável: ces amours qui n'osent pas dire leur nom, tal como a homossexualidade, tal como tudo o que foge ao tradicional ( leia-se imposto pela Santa Madre Igreja...)
Uma boa conversa em frente a uns copitos, não te parece?

João Magalhães said...

Copitos = a conversa! bora :D :D

Concordo, não deve ser discutido de forma ligeira e devemos sintonizar os nossos conceitos por detrás das palavras. Agradeço a tua discordância, traz riqueza à amizade :)

S.M. said...

You're welcome! ;)
E agora faxavor de me mendar um mail a combinar os tais copos!!!
Bjs