Pelas escadas da memória

Descia as escadas, célere nos pensamentos, parado nos passos. Cada degrau, um som, um cheiro, um passado que agora se tornava mais presente.
Desembocava no Chiado, ouvindo ainda os passos que dera, seriam 3 horas da manhã ou da tarde, isso não poderia saber, o tempo era ainda difuso. Decidiu-se por observar o reflexo, trazendo à memória uma questão tão antiga que já nem se lembrava do seu aspecto na altura mas, lembrava-se da camisola verde que lhe provocara uma queimadura no cotovelo pela fricção da escrita. Seria um "se" passivo ou reflexivo?
"Quando me vejo a mim mesmo?"
"Quando me olho ao espelho."
Na altura ainda não tinha outras respostas bem mais filosóficas mas a quase expulsão da aula ficou de aviso, uma pergunta nem sempre é passiva.